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Beatificação do Padre Matheus, falecido em Espírito Santo do Pinhal em 1975
Espírito Santo do Pinhal|cultura|25/07 16:01|646 visualizações
A história particular de Jales, mosaicizada por ilustres exemplaridades, inclui, humildemente, a figura bonita e pouco conhecida de um homem extraordinário: o Padre Matheus, missionário assuncionista holandês, Servo de Deus. Esta descoberta exige percorrer seus passos, com reverencia e amorosa atenção, à procura dos vestígios históricos do servo de Deus, o padre Matheus de Pinhal, como hoje é chamado, em processo de beatificação.
 
O Padre Matheus nasceu na Holanda, aos 05 de julho de 1915. Entrou para a Congregação dos Agostinianos Assuncionistas, ainda na adolescência, tendo recebido uma educação esmerada de seus pais, o Sr. Cornelis e a Sra. Ardina. Fez os seus estudos na Bélgica (Louvaina e Bergeijk) e foi ordenado aos 27 anos. Veio em missão para o Brasil permanecendo, na primeira fase, nesta região então pertencente à Diocese de Rio Preto. Colaborou com a formação de seminaristas, trabalhou na formação de leigos e atuou em diversas paróquias.
 
Em 1953, o Padre Matheus partiu em missão para o ex-Zaire, hoje, a República Democrática do Congo, e lá colaborou na missão apostólica da sua Congregação na companhia do seu consanguíneo, o famoso Irmão Estêvão van Herkhuizen. De volta ao Brasil, no contexto da iminente guerra da independência do Congo, se instalou em Espírito Santo do Pinhal-SP, onde trabalhou até o fim da vida como cooperador do Mons. José Fuccioli, então vigário da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo. Vítima de um infarto fulminante, faleceu em 15 de abril de 1973, data tão significativa para Jales.
 
O seu processo de beatificação transcorre na Diocese de São João da Boa Vista-SP sob a postulação do Dr. Paolo Vilota. Os trabalhos de investigação sobre as virtudes da fé, vividas pelo missionário europeu, continuam avançando. Surgem evidências da santidade na vida e no ministério do Padre Matheus. A sua reputação de santidade, existente ainda em vida, hoje é testemunhada pela devoção sustentada por cinco décadas, na frequência dos fiéis e devotos ao seu túmulo no Cemitério dos Padres, na oferta de flores e nas inúmeras placas com atribuição de graças alcançadas por intercessão do Servo de Deus.
 
Conhecer o Padre Matheus significa percorrer cenários de uma história maior, a da Família Assunção. Em Jales, por décadas, foram escritas páginas revolucionárias, com recursos insuficientes, mas, com vidas inteiramente doadas, de Missionários e Consagrados, de Assuncionistas e Oblatas, de Irmãzinhas da Assunção, Leigos e Catequistas, e de pessoas de boa vontade, que se lançaram todos no sertão para fazer emergir uma diocese missionária, urbana, próspera, e evangelicamente significativa para a Igreja e a sociedade.
Saborear esta história, e por ela ser incluído, é dom e responsabilidade. Ela é fruto do trabalho da Divina Providência em cada pessoa apaixonada pelo Reino de Deus e aberta à fecundidade do seu amor. É, pois, uma provocação evangélica por uma militância lúcida na construção de uma civilização digna de Deus e, assim, digna do ser humano. Sua fisionomia é Cristo, numa cultura que promove a vida para que ela -seja abundante para todos-(Jo 10,10).
Pe. João Gomes, A.A. - Subpostulador do processo de beatificação do Padre Matheus 
 
 
 
Padre Matheus Van Herkhuizen A. A., nascido Petrus Canisius van Herkhuizen (Nimega, 05 de julho de 1915 - Espírito Santo do Pinhal, 15 de abril de 1973), foi um padre holandês radicado no Brasil, religioso Agostiniano Assuncionista[1]. Está em processo de beatificação, tendo recebido o título de servo de Deus.
Biografia
Filho do casal Cornelis Hendrikus e Ardina Schraven, o Padre Matheus Van Herkuizen nasceu, aos 5 de julho de 1915, na pequena cidade de Nimega, Diocese de Bois-le-Duc, situada no sul da Holanda, onde foi batizado no mesmo dia com o nome de Petrus Canisius Van Herkhuizen. Foi crismado aos 09 anos no dia 26 de junho de 1924 e fez seus estudos primários normais sob a orientação dos seus pais. Aos 12 anos entrou para o Seminário em Boxtel, onde prosseguiu os estudos secundários, nos anos de 1937 a 1933. Terminados os estudos secundários, ele foi admitido no Noviciado dos Assuncionistas em Taintegnies, na Bélgica, tomando o hábito religioso no dia 01 de outubro de 1933. O jovem de apenas 19 anos professou os votos de castidade, pobreza e obediência no dia 02 de outubro de 1934.
 
O então Irmão Matheus prosseguiu sua formação religiosa frequentando o curso de filosofia em Saint-Gérand (1934-1937). Considerado persistente nos estudos, sempre se mostrou muito mais atraído para as coisas de ordem prática. Era uma pessoa simples, de espírito sério e sobrenatural, de caráter franco, menos especulativo do que prático, dedicado.
Tendo professado os Votos Perpétuos no dia 02 de outubro de 1937, prosseguiu os estudos de teologia em Lovaina (1938) e depois Bergeyk (1939-1942). Após receber as ordens menores (acolitato, sub-diaconato e diaconato) foi ordenado sacerdote no dia 31 de maio de 1942. E seguiu alguns cursos para missionários, o que o entusiasmou a partir em missão para o Brasil, chegando em Espirito Santo do Pinhal-SP em 1946.
 
A primeira etapa da história do Padre Matheus em terras brasileiras (1946-1953) transcorreu, na verdade, em duas cidades diferentes: Fernandópolis-SP, onde trabalhou auxiliando o seu irmão Padre Canisius na Paróquia Santa Rita de Cássia São José do Rio Preto onde colaborou com a -Obra das Vocações- atuando como professor no seminário menor diocesano. Esta experiência foi interrompida quando os seus superiores da Província da Bélgica o nomearam para a missão do Zaire (ex-Congo), onde ele trabalhou alegre e incansavelmente durante oito anos (1953-1961), na companhia do seu consanguíneo, o Irmão Estêvão Van Herkhuizen, este que após 25 anos missionário no Congo, também veio para Pinhal e aí se tornou conhecido como o &ldquoIrmão barbudo&rdquo.
Na verdade, diga-se de passagem, foram três os religiosos assuncionistas missionários da família Van Herkhuizen, a saber, o Padre Matheus, o Irmão Estêvão e o Padre Canísio, que também foi vigário e, em seguida, o primeiro pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus, Bairro Caxambu, após sua incardinação na diocese de Jundiaí-SP (1968-1972). Atualmente, todos eles se encontram sepultados no cemitério privado dos assuncionistas em Espírito Santo do Pinhal-SP.
 
Embora os três irmãos tenham exercido parte da sua missão na cidade de Pinhal, sobressaiu a figura do Padre Matheus que, após os anos de missão na África, retornou à cidade para colaborar na formação dos seminaristas e no ministério paroquial junto à Igreja Matriz do Divino Espírito Santo e comunidades eclesiais das imediações.
 
Do Padre Matheus, restam muitas memórias e sua fama de santidade. Alguns dos que o conheceram se encontram vivos e dão testemunho dele. Seja no Congo ou no Brasil, ele é evocado como um religioso zeloso, fraterno, bondoso e respeitoso dos mais pobres e humildes. Em Espírito Santo do Pinhal-SP, especialmente, a frequência dos fiéis e devotos ao seu túmulo, desde o seu falecimento, com flores e placas de agradecimento, exprime as numerosas graças alcançadas por sua intercessão. Igualmente, todo dia 15 do mês se celebra uma missa em sua memória na Capela do antigo Seminário Nossa Senhora da Assunção.
Morte
Padre Matheus celebrou sua última missa na Capela do Hospital Francisco Rosas em Espírito Santo do Pinhal e se recolheu nos seus aposentos na Casa Paroquial. Passou mal e o Dr. José de Filippi foi chamado, acudindo-o e receitando remédios. Após a saída do médico, Padre Matheus voltou a passar mal e faleceu, vítima de um infarto fulminante, na madrugada do dia 15 de abril de 1973, um Domingo de Ramos. Naquela ocasião, segundo as leis municipais, o sepultamento deveria ocorrer na mesma tarde, mas Dom Tomás Vaquero, então bispo de São João da Boa Vista, interveio junto às autoridades e o Padre Matheus foi enterrado no dia seguinte. Dado o seu prestígio e reputação entre os cidadãos e fiéis pinhalenses, o Sr. Prefeito Municipal decretou três dias de luto oficial.
 
Dom Tomás presidiu as exéquias e toda a população seguiu o caixão, em procissão, até o cemitério dos assuncionistas, distante 3 km do centro da cidade onde se encontrava a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Dores. Foi o maior velório e cortejo fúnebre da história da cidade.
Processo de Beatificação
O processo oficial de beatificação do Padre Matheus van Herkhuizen teve início em novembro de 2018, com a nomeação do postulador da causa. Em fevereiro de 2019, aconteceu a promulgação do -Nihil Obstat-, no Vaticano, outorgando ao padre Matheus o título de Servo de Deus. Por fim, em 07 de dezembro de 2019 foi instalado o tribunal para inquérito diocesano sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade do Servo de Deus. No mesmo dia, aconteceu o traslado solene dos restos mortais do Servo de Deus para a Igreja Matriz de São João Batista.
 
O postulador da causa de beatificação do Padre Matheus van Herkhuizen é o Dr. Paolo Vilotta, responsável pelos processos do Beato Donizetti Tavares de Lima e de Santa Dulce dos Pobres.
Homenagens
A Avenida Padre Matheus, em Espírito Santo do Pinhal, leva esse nome sua homenagem.
 
 
 
 
 
 
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